sexta-feira, 30 de abril de 2010

Pedaços de História






Parque Mayer

Sítio dos teatros de revista, das casas de fado e dos restaurantes, da luta livre, dos carrosséis e das barracas de tiro foi, em tempos, um espaço de boa e má boémia, local de diversão a que ocorria tanto o povo folião, como as figuras da elite política e intelectual de Lisboa. Nascido do que fora originalmente um espaço ajardinado do Palácio Mayer e adjacente, ligado numa pequena parte ao Jardim da Politécnica, foi adquirido por Artur Brandão, em 1920 e vendido no ano seguinte a Luís Galhardo, figura proeminente do meio teatral, que almejava criar um local dedicado ao divertimento. Foi através da Sociedade Avenida Parque que se deu início aos grandes momentos do espectáculo e da representação, angariando fama e prestígio. Simultaneamente à sua inauguração abriu em 1022 o Teatro Maria Vitória, o primeiro a ganhar vida com a revista "Lua Nova"; seguiu-se o Teatro Variedades em 1926 com a revista "Pó de Arroz" e em 1931 o Teatro Capitólio, este último com projecto do arquitecto Cristino da Silva, hoje, classificado como Imóvel de Interesse Público. Com melhores e menores momentos, este espaço emblemático inscreveu na história da capital e num quotidiano próximo ao ambiente da Broadway, uma vivência artística, popular, crítica e caricatural que teve especial significado durante o Estado Novo. Ludibriou a censura ao produzir os mais diversos artifícios linguísticos e cénicos.

Nos últimos anos chegou a um estado de decadência lastimável, levantando muitas questões sobre a sua reabilitação. Segundo consta, no final do passado mês de Março iniciaram-se obras reabilitição no Capitólio, que se passará a chamar Raul Solnado, e foram também anúnciadas obras de reabilitação no Variedades. Veremos...

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